proponho-vos a concretização do conceito de coerência intersemiótica, entre um poema de luiza neto jorge e, a partir dele, a minimalista instalação poética de um performer afegão praticamente desconhecido:
o poema ensina a cair
sobre os vários solos
desde perder o chão repentino sob os pés
como se perde os sentidos numa
queda de amor, ao encontro
do cabo onde a terra abate e
a fecunda ausência excede
até à queda vinda
da lenta volúpia de cair,
quando a face atinge o solo
numa curva delgada subtil
uma vénia a ninguém de especial
ou especialmente a nós uma homenagem
póstuma.