a clara, a páginas tantas (não são assim tantas, são a quarenta e um e dois) diz que se isto se passasse nos estados unidos, haveria mais visitantes, um alerta forte, digno de cientista avessa ao plágio, ao facto de continuarem a haver muito mais americanos do que portugueses no mundo e assim não irmos definitivamente a lado nenhum, já nos bastava o défice e o desemprego para nos sentirmos menos que os outros. também se queixa da porcaria que começou a sair na internet, tanta ordinarice a propósito do que o marido define como "usar a minha experiência para sintetizar todo um coito em vinte fotografias". por mim, aficionado de longa data do coito sintetizado, sou todo a favor. quem quiser ver, "sexpressions" estará no centro cultural de cascais das dez às dezoito horas. a entrada é grátis. já paguei menos por coisas melhores mas admito que serenidades muito grandes e dádivas a propósito da cristalização de estados de paixão não são o meu forte.
16/01/10
clara pito correia e o coito sintético
eu cá gostei muito de ver as fotos da clara pito correia a foder fornicar com o marido pedro palma, mas gostei muito mais da entrevista que ela e o senhor que a fodeu cobriu prestaram ao jornal i de hoje porque assim a gente não se foca tanto na forma e penetra mais no conteúdo. é porque a forma de uma fumadora que vai fazer cinquenta anos já não me atrai assim tanto, talvez porque um fumador na casa dos trinta prefira não fumadoras brasileiras na casa dos vinte, não sei, mas uma entrevista a uma bióloga fodilhona atiçada e um jornalista fodilhão rebarbado sobre o mesmo assunto é coisa que sempre me entesou fascinou, sobretudo se o assunto for estarem a foder amar-se e a tirar fotografias ao mesmo tempo para a seguir irem fumar um cigarrinho e montar montar uma exposição. diz ele que "pensámos também num livro para completar a instalação mas não ficou pronto a tempo" e digo eu que ainda bem que não ficou pronto a tempo porque fotografias com gajas a gemer e a lamber ler livros ao mesmo tempo parece que não combina, mas quem sou eu para estar a dizer à malta da cultura se sim ou se não, pensassem eles num burro rotweiller ou em qualquer outro elemento do extreme expressionismo germânico, se o pessoal adere não sou eu quem vai pôr em causa o relativismo cultural, que sou mais tesão e menos erudição. o senhor palma diz também, a certa altura, que "não me atreveria a fazer uma proposta destas a alguém que me pudesse achar um tarado sexual" e que a clara "pôs-se logo no papel de mulher possuída". ora a clara, na página anterior e sobre o mesmo tema, advoga que "o joão pedro falou-me desta ideia no primeiro dia de namoro, no miradouro de santa catarina", o que me leva a crer que perdi algo muito especial nesse dia, eu que até vou muito a esse miradouro e nunca vi um gajo pedir uma gaja em namoro e já agora para lhe deixar tirar umas fotografias enquanto a fodia comia e a gaja dizer sim, quero muito namorar contigo e pôr-se logo toda possuída, presumo que de gatas e a abanar a peida, que é o que eu tenho visto as gajas possuídas a fazerem, sobretudo as que são possuídas à minha frente, ou de costas para mim. outra das coisas que me fez um bocadinho confusão e muito medo de envelhecer foi quando o pedro disse que na primeira sessão deitou duas mil e tal fotografias para o lixo. a clara esclarece (passe a redundância pleonástica) que "ninguém devia fazer comentários antes de ver a exposição mas somos impotentes". dois impotentes a tentar tirar fotografias enquanto fodem se tomam é uma despesa. uma ideia seria tirarem fotos a outras pessoas, que conseguissem pô-lo de pé à primeira, vá lá, às dez primeiras. duas mil e tal é um excesso. perseverança de estetas, creio. o pedro assume mesmo que perdeu "várias noites a estudar como é que tecnicamente podia concretizar o projecto". um gajo acha que já domina o esquema, que é só pô-la lá dentro e tal e quando menos espera a idade começa a pregar partidas e tem de se de voltar a estudar o que é que se põe, onde é que se põe, para que é que se põe, ocasionalmente, o caralho.