04/12/10

o trágico falecimento/morte do eng. avelino amaro da costa e do doutor sá carneiro - um contributo.





estive a ver o programa de televisão com a secretária amiga e confidente do doutor roberto sá carneiro, doutora conceição monteiro,  e não pude deixar de pensar um bocadinho sobre os acontecimentos daquele fastídico dia dos anos oitenta. se embarcarem nesta viagem e pensarem comigo, tanto melhor para vocês, a quem tudo isto certamente apoquenta.



façamos um exercício mental. o cenário é o seguinte: há um berçário com cinco bebés, observados por três adultos. esses adultos são duas enfermeiras e um médico. os pais dos cinco bebés estão do lado de fora do vidro, ansiosos para abraçarem e darem beijinhos aos seus pregenitores. mas, de repente, acontece uma catástrofe de proporções muito tramadas: parece que é a vingança das plantas contra qualquer coisa que levaram a peito. os cinco bebés e os três adultos do berçário são engolidos pela seiva de uma árvore monstruosamente gigante que fazia sombra a toda a cidade (e não só ao hospital, como já estavam a pensar à prior). eles estão agora envoltos em âmbar. os pais cá fora são esmagados por um galho e, pouco tempo depois, são comidos por hienas, ficam só uns restos a decomporem-se pela acção de fungos e bactérias.

enquanto meditamos sobre isto que vos propus, olhem também bem para esta imagem:



não pensemos sociologicamente a partir de uma atitude comodista. vamos fazer um esforço para nos afastarmos de juízos de valor feitos à bruta e questionarmo-nos: porque é que estão ali duas mãos sem braço a desenhar precisamente quase a mesma coisa? e os botões de punho estão nos cantinhos da folha em vez de estarem na camisa, como seria de esperarmos, se fossemos todos uns imediatistas? e uma mão está em pé e a outra deitada porquê? e o desenho está a preto e branco. acaso a realidade é a preto e branco a partir do século vinte? devemos nós escolher lucidamente o nosso destino, como sartre, ou revoltarmo-nos, como camus, ou nem uma coisa nem outra, como sousa?


enquanto meditamos sobre isto que igualmente vos propus, olhem também bem para este vídeo:


concluam agora como bem vos aprouver, até porque eu só dou a cana, cada um que aprenda a pescar, mas posto isto (em latim: post it), espero que não me venham para cá insistir na tese do acidente de trabalho.