08/12/09

música muito humana, de carne e osso, verdadeira e impura

o filho do lucas pires estava, topa-se à légua, sob o efeito de duas ou mais drogas boas e com uma tesão enorme naquele caralho, quando escreve a ode ao novo disco do samuel úria, baptizado (subtileza) eu nem lhe tocava - que título do caraças, meu - afirma jacinto. endinheirado como sou, fui logo comprar o disco à fnac e, à primeira audição, assaltaram-me sentimentos tão dúbios quanto mistos. em primeiro lugar a décima faixa veio riscada e eu deitei fora o talão de compra e vou ficar com o disco assim. em segundo gostei muito das cantigas mas não ainda não sei se vale todas aquelas merdas do é tão bom que devia ser proibido, e citações do drummond e brilhantementes, incrivelmentes e genialmentes e comparações com o zeca, o variações e o godinho (dois mortos e um moribundo - há que ter cuidado). a mim, que voto mais convencional que alternativo, soa-me um bocadinho a cantor de standares, o samuel. assim como uma diana krall mais polivalente e de buço mas boa à mesma. ou uma amália boa mas com buço à mesma e menos fadista, já que gostamos de trazer os mortos à conversa. prezo muito os baptistas e o ano passado levaram o meu voto para álbum nacional do ano com o magnífico material inútil dos pontos negros. o pior é que, depois de ler o texto do rapaz das barbas, que parecia mesmo sobre o obama, fiquei com a expectativa demasiado lá para cima, comprei o cd e pensei que o meu voto, este ano, ia para ali e ponto final, já o podia anunciar e os baptistas ganhavam o bi. vai-se a ver e ainda tenho dúvidas , à quarta audição, o eu nem lhe tocava continua sem conseguir ultrapassar o b fachada, que se mantém o melhor e mais apaneleirado disco português que comprei em dois mil e nove. também tinha a vantagem de não vir riscado. aguardemos, de qualquer modo, até final do ano, que eu farto-me depressa das coisas, o tigerman não esteve à altura e o império e o não arrastes o meu caixão são canções brilhantes, incríveis e geniais como o caraças, meu.
o que já está decidido aqui na casa é o videoclipe do ano categoria internacional:
na mesma categoria, mas nacional, o tigerman já ganhou, isto porque se exibiu melhor no plano vídeo do que no plano áudio, no qual não conseguiu preencher bem os espaços entre linhas.

aproveito para lançar também desafio à minha sogra para que, neste natal, opte pelo padrão xadrez nas cuecas que me vai oferecer.