25/10/09

thin red line


atira ali nos dois cabrões atrás do bidon, vem um gajo a rastejar nas silvas à direita, quero mais balas, estou morto, já morri outra vez, esse gajo é nosso - cuspi eu a tarde inteira enquanto disparava uma pistolinha de bolas de tinta que espirra, com uma máscara futurista nos olhos, mas daquele futuro à michael j. fox, e um vergonhoso descamuflado nos ossos, em cenários que incluiam aviários desactivados e simulações tão bem intencionadas de aldeias somalis quanto os meus fiéis conhecimentos de aldeias somalis e de boas intenções enquanto critério poderão atestar com propriedade.
à noite, só percebi o que estava a fazer num serão de poesia a ouvir textos do jorge de sena, do alexandre o'neill e desses caralhos todos quando o homem que queria ser luís felipe cristóvão se pôs a recitar o nambuangongo meu amor ao som de um qualquer parente pobre da bossanova. com esta idade e o meu cérebro ainda protagoniza, sem danos de maior, movimentos gímnicos complexamente coreografados. aqui no meu sótão, sou agora um filho do coronel kurtz.