17/08/09
millenium redux
millenium é a história, em três actos mas simples, de um jornalista íntegro, mickael blomqvist, e de uma garota, lisbeth salander, que se mete em problemas depois de incendiar o carro do pai, karl axel blodin, com o homem lá dentro. lisbeth é perita em computadores, e na net é conhecida como vespa. quando se mete em problemas assume a identidade de irene nasser e o mickael gosta de chamar-lhe a pipi das meias altas. karl axel blodin é também alexander zalachenko, zala para os amigos, antigo espião russo que batia muito na mulher, agneta sofia salander (mãe da lisbeth) e era protegido pelo gru, secção especial e muito secreta da sapo, que já de si era a polícia secreta sueca. para além de bater nas mulheres, zalachenko gostava de importar umas putas para a suécia, entre as quais a falecida irina petrova, a tal rapariga que às vezes sonhava com fósforos e gasolina e que o dag svensson e a mia johansson andavam a investigar quando foram assassinados sem que o boxeur paolo roberto pudesse fazer alguma coisa. ora como apenas stig bergling, hans von rottinger, fredrik clinton, eleanor badenbrink, otto hallberg, georg nystrom, jonas sandberg e o novo chefe wadensjoo é que sabiam a verdadeira identidade do karl axel blodin e davam cobertura a tudo o que ele fazia, zalachenko tratava tão mal as putas que às vezes as matava. mas, no fundo, foram mesmo as cargas de porrada que deu à agneta (que não era puta) que levaram a boa da lisbeth a fazer o que fez. adiante. como o gru tinha de esconder o zala da sociedade, tratou logo de internar a rapariga, com a ajuda de uma perícia muito manhosa do dr peter teleborian, que estava feito com a sapo, neste caso com o gru, porque nem a sapo sabia que o gru existia apesar de lhe pertencer. ora a lisbeth arranja um tutor bonzinho, chamado holmer palmgren, que a desinterna e ela faz um trabalhinho para o blonqvist e descobre o paradeiro da harriet vanger e ajuda o blonqvist a pôr o financeiro wennerstrom atrás das grades e ainda tem tempo para se enrolar com mickael, que, apesar de bonzinho, andava também a montar erika berger, sua directora na millenium, que, apesar de casada, podia montar quem quisesse porque tinha um marido que, apesar de bissexual, gostava era de farras em grupo e sadomasoquismo, que, ao que parece, é moda lá no norte. adiante. o gru arranja maneira de substituir o homer palmgren pelo nils bjurman, que, além de não ser bonzinho, arranja logo maneira de montar a lisbeth contra a vontade dela (pelo menos foi o que eu percebi daquela parte das correntes) e filmar tudo bem filmadinho. a lisbeth, que nunca gostou nada de ser violada, tratou-lhe da saúde e escreveu-lhe porco sádico e violador na barriga de uma forma que o bom do nils jamais conseguiu apagar (uma tatuagem muito grande que indiciava que a barriga do nils era, também ela, muito grande). e ainda teve tempo para arrumar com o magge lundin e o sonny neieminnem do moto-club de svavelsjo, que fica perto de nykvarn. o zalachenko tinha um filho que andava com ele no negócio das putas, chamava-se roland niedermann e tinha uma doença que o impedia de sentir dor. para além disso deu uma valente carga de porrada na mirian wu, que andava na fufice com a salander, que os consegue apanhar, mas o roland foge e mata o gunnar andersson, um polícia que só aparece no livro para morrer. o zalachenko leva com um machado na cara e fica internado no hospital. curiosamente no mesmo hospital e no quarto ao lado da filha, que não se ficou a rir porque levou um tiro na cabeça e outro no ombro porque o zalachenko pode ter levado com um machado na cabeça mas não se desaprende a disparar de um momento para o outro. é aqui que o velho pessoal do gru entra em desespero e o hallberg vai ao hospital e manda um tiro na cabeça do zalachenko, que mesmo assim sobrevive mais um bocado (não é fácil matar um russo só com machados e tiros na cabeça). como o mickael, o henry cortez, a lotta karim, a malin eriksson, o sonny magnusson e o christer malm (que era panilas e vivia com o arnold magnusson) encetam um tour de force para salvar a millenium, depois da erika berger ter sido aliciada e vestir a camisola do svenska morgen post, começam os joguinhos de bastidores e a coisa vai parar ao procurador richard ekstrom, que põe-se a jeito para ser manipulado pelos cabroezinhos do gru e pelo peter teleborian no sentido de voltarem a internar a lisbeth, que já estava curada do tiro na cabeça, e abafarem o assunto de uma vez por todas. não contavam era com a brilhante defesa da anika gianninni, mulher do enrico giannini e irmã do mickael blonqvist, que leva o caso a tribunal com a ajuda do dragan armanskij, director da milton security, do inspector bublansky e da sua colega sonja modig, da rosa figuerola (a quem o íntegro mickael blonqvist também concede umas fodas), do marcus ackerman, do frederik torstensson, da monica spangberg e até da agneta jervas que desmascaram a pouca vergonha de haver uma coisa como o gru num país como a suécia. fica tudo bem, a lisbeth fica rica e vai viver uns meses para gibraltar e, quando volta, ainda tem tempo para encontrar o irmão, pregar-lhe os pés ao chão e matá-lo de uma maneira que já não me lembro.
nota: neste pequeno resumo há polissíndetos de que muito me orgulho.
stieg larsson morreu inesperadamente. a sua trilogia millenium era para ser uma decalogia mas a morte incapacitou-o e ele nunca mais foi o mesmo. no cinema, millenium será apenas uma bilogia, suponho que devido à morte inesperada do realizador. em portugal, os livros (que têm todos mais de 500 páginas e títulos como "os homens que odeiam as mulheres", "a rapariga que sonhava com uma lata de gasolina e um fósforo", "a rainha no palácio das correntes de ar" e "o invisual que entalou o dedo no exaustor") estão nos tops de não ficção de todas as livrarias do país e nas melhores prateleiras do modelo, o que nos torna quase tão estranhos como os suecos.